Com visual único, organização de primeira, muita vibe e ainda um Beech on the Beach?
Me chama pro próximo!
Por Renato Onorato
Saidinha do Beech. Renato Onorato, Bernardo Sacic, Fernando Rampazo, Rafael Aguilar e Led Santos – Ubatuba SP
Foto: Led Santos
A primeira decisão que tomei quando recebi dos amigos o convite para participar do Beech on the Beach (Boogie de Ubatuba) foi rejeitar a proposta. Para quem nunca havia participado de um boogie no litoral, a ideia de saltar em uma DZ nova, na praia, com condições climáticas adversas e com equipamentos diferentes, não me parecia muito convincente. Mas os dias passaram e (vocês sabem que o PQD não sossega quieto em casa) fui reavaliando a proposta…
Não deu outra, semanas depois, lá estava eu na Skydive Ubatuba, olhando desconfiado para o céu e considerando a possibilidade de subir novamente naquele Beechcraft 99. Apesar dos receios, felizmente sou parte de uma irmandade que me recebeu de braços abertos no skydive: os Albatrozes. Pessoas maravilhosas que somam comigo neste processo de crescimento no esporte e fazem tudo ficar mais fácil. Além deles, fiquei feliz por encontrar tantos outros amigos e tribos do skydive trabalhando em conjunto, amigos do freefly, do belly e do wingsuit. Vi amigos tocando o sino completando 30 anos de skydive e gente como eu, no primeiro boogie, saltando juntos. Isso tem muito valor e soma muito ao esporte.
Renato Onorato nos céus de Ubatuba SP. Foto: Fernando Rampazo
Sabadão desceu aquela chuva chata na DZ, o som da banda Mau Contato chegou mais cedo e a galera já abriu a primeira gelada para começar os trabalhos. A noite não poderia ter sido melhor! Muita resenha, diversão, música boa e momentos únicos que vou guardar de lembrança. O dia seguinte indicava uma previsão do tempo otimista, então aquele after party precisou ser sacrificado por um bem maior: a primeira decolagem.
Baía de Ubatuba. Foto: Renato Onorato
Domingo era o dia! Céu lindão! Chegamos cedo para o briefing de área. Observei que havia bastante segurança nos procedimentos e recomendações feitas aos atletas. Manifesto chamou, cheirinho de querosene no ar, equipamento checado. Decolagem espetacular com todo aquele visual da baía de Ubatuba, luz verde, altímetro batendo 16.000 pés e um salto irado entre amigos. Voar no litoral realmente tem algo de especial, ver aquela luz da manhã refletindo na água, com visual da Serra do Mar ao fundo, é difícil de descrever. E assim sucederam-se os outros saltos do dia. Muita gente aproveitando para treinar, voar com os LO’s e conhecer novas modalidades. Até um TRV rolou no domingo.
Renato Onorato. Foto: Fernando Rampazo
Posso dizer que essa decisão de comparecer ao evento foi mais um “ponto de virada” nesta minha linha do tempo do skydive. Uma linha que mostra que dificuldades, medos e frustrações vão sempre nos acometer, mas com aprendizado, humildade, alegria e especialmente com nossos grandes amigos, conseguimos sempre encontrar um caminho para evoluir.
Agradecimentos em especial ao Marcello Costa e toda a galera da organização! Todos com uma vibe lá em cima, o manifesto fluindo redondinho, timing perfeito das decolagens e rapaziada da dobragem fazendo a correria. Menções honrosas ao Cmte. Paulinho que tá voando o Beech como ninguém e nos levou a 14.000 pés em uns 12 minutinhos a cada salto… Já quem chegou pra primeira decô do dia, como eu, subiu a 16 mil. Já posso colocar o nome no manifesto de 2024? Blue Skies!
Renato Onorato logo após mais um pouso
Foto: Keko Photomaker